quinta-feira, 19 de abril de 2012

Agora sei como é

Hoje faz uma semana que passei pela primeira cirurgia da minha vida: retirei a vesícula – ela estava cultivando uma pedrinha de estimação. Nunca havia sido internada, nem tomado anestesia geral. E sabe quando dá aquele friozinho na barriga de ansiedade pelo desconhecido? Pois é. Há uma semana vivi isso e compartilho essas lembranças com você por somente um simples motivo: gratidão.

Deu tudo certo no procedimento. Na verdade, deu mais que certo e foi justamente por isso que pensei: quantas pessoas não tem a oportunidade de serem tão bem atendidas como fui? Quantas pessoas nesse Brasil dependem do SUS e, até mesmo para fazer uma cirurgia simples como a minha, acabam padecendo em um leito de hospital sem infraestrutura e o mínimo de conforto, talvez com medo de ser vítima de um erro médico ou da desatenção de um profissional de saúde exausto de tanto trabalhar?

Ao completar uma semana de pós-operatório, agradeço a Deus pelo simples fato de existir. Sou grata a Ele por me dar condições de contar com um plano de saúde, com atendimento particular e por eu poder cuidar do meu bem estar de maneira privilegiada. Bom seria se essa fosse a realidade da vida de todo brasileiro.


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P.S: Ah! Não posso deixar de agradecer também meus pais, que ficaram comigo no hospital me dando toda atenção e carinho; minha irmã, que até levou comidinha pra mim; meus tios paternos Amadeu, Marly e Wandick, que foram ao hospital; os tios maternos Tony e Roseni, que me visitaram casa assim como minha prima Silvinha e meus amigos Andressa e Bruno. Àqueles que oraram, torceram e enviaram recadinhos nas redes sociais, meu muito obrigada também! De coração! :)

terça-feira, 3 de abril de 2012

Shakespeare está enganado

Uma das obras mais populares de William Shakespeare é o poema “Um dia você aprende”, que fala sobre algumas das experiências que vivemos na vida, principalmente as de cunho negativo. A obra até virou vídeo no YouTube e o texto está disponível aos montes em blogs de poesia. Eu gosto do texto, mas Shakespeare... Meu gênio... Preciso discordar de uma parte:

"Um dia você aprende que não temos que mudar de amigos se compreendermos que os amigos mudam."

É, sou petulante mesmo e ouso discordar do grande dramaturgo. Shakespeare está enganado. Às vezes é necessário mudar os amigos, sim, porque amigos são humanos e humanos podem mudar pra pior. Então, pensando nisso, te pergunto: como continuar amando quem não tem nada mais a ver com você? Como continuar admirando quem passa a acreditar em ideais contrários aos seus, princípios tão distantes da sua realidade quanto os polos da Terra?

Claro que as diferenças entre nós e nossos amigos são capazes de nos fazer crescer, expandir a mente e refletir acerca de assuntos que, por conta própria, não pensaríamos. É aquela velha teoria (totalmente coerente) de que o mundo seria insuportavelmente chato se todos fossem iguais.

Mas não é disso que estou falando. Quero dizer que existem diferenças que precisam funcionar mais como fator de união, do que de distinção, se é que você me entende. São as diferenças fundamentais da vida, aquelas que nos dão prazer de conversar com um amigo, que contraditoriamente nos proporciona afinidade, nos faz sentir parte de uma comunidade. Essas diferenças falam mais alto quando o assunto é amizade verdadeira e profunda. Mas se essas diferenças são grandes demais, se elas fazem de você alguém total e profundamente diferente de seu amigo, as coisas podem desandar.

E, quando passamos a enxergar um abismo de diferença entre nós e alguém, percebemos que o tempo passou e alguma coisa em você, ou no seu amigo, não acompanhou a mudança do mundo. E você se pergunta: como continuar amando quem em nada mais tem a ver comigo?

Bom... Se você tiver resposta pra essas indagações, me avise.